A ideia deste programa surgiu em 2020 por conta dos incêndios florestais que se agravaram na região de ecótono entre a Amazônia e Cerrado, no norte do MT, havendo perda de biodiversidade e perda de oportunidade de explorar economicamente a floresta em pé.
O estado do Mato Grosso é banhado por rios extensos e largos, como o rio Teles Pires, Xingu, Juruena, Paraguai e Arinos. Os caminhos destes rios são importantes corredores de vida silvestre e de água, de história e de cultura. As matas ciliares ao longo destes rios mantêm uma rica biodiversidade e alguns trechos precisam ser valorizados, reconectados, bem como refaunados.
O turismo de base comunitária para a observação de primatas é uma das ferramentas para manutenção de florestas em pé e um complemento de renda de famílias matogrossenses envolvidas. O objetivo deste projeto é conservar primatas ameaçados de extinção que ocorrem no Projeto de Assentamento Wesley Manoel dos Santos, mais conhecido como Gleba Mercedes.
A Estação de Pesquisa foi idealizada em dezembro de 2022 por pesquisadores da UFMT e University of Salford, quando visitaram a região durante a Primeira Expedição Zogue-Zogue-de Mato-Grosso. Está sendo implementada pelo Instituto Ecótono, e promove cursos, oficinas e projetos sobre a biodiversidade local, com base em métodos científicos, que dão subsídios ao empreendimento turístico. Também fortalece a adoção de boas práticas nas ações de turismo e pesquisa.
O projeto Rede Floresta acontece em parceria entre o Instituto Ecótono (IEco) o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Instituto Centro de Vida (ICV), com apoio da Norway’s International Climate and Forest Initiative (NICFI).
O Brasil é o país com maior número de espécies de primatas do mundo, e se o estado de Mato Grosso fosse um país estaria entre os dez primeiros. Essa grande riqueza de primatas deve-se à grande variedade de biomas e ecorregiões que abrangem o MT, além de grandes rios que atuam como barreira geográfica para espécies. Como é também o estado que mais atua no ecoturismo e um dos que mais desmatam, a rota turística de observação de primatas está sendo implementada no MT, com o intuito de manter florestas em pé.
PIFPAM é a sigla do Projeto Impactos de Incêndios Florestais sobre Primatas em Áreas Protegidas da Amazônia: avaliando os impactos dos incêndios florestais sobre primatas ameaçados de extinção.
Com o projeto aprovado pelo Re:wild, fizemos nossa Primeira Expedição em busca do zogue-zogue-do-mato-grosso em dezembro de 2022. Integrou a primeira equipe de campo o Dr. Jean Boubli (Univeristy of Salford), Dra. Christine Steiner (IEco/pesquisadora associada da UFMT), Dr. Thiago Semedo (Universidade do Porto) e Dr. Gustavo Canale (IEco/docente da UFMT).